Fome já matou 3,5 milhões de norte-coreanos  
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30 de agosto, 1999 9:20 a.m. hora de Nova York (1320 GMT)

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SEUL, Coréia do Sul (AP) - Os quatro anos de fome na Coréia de Norte já provocaram 3,5 milhões de mortes e, após um período de melhoria, a situação pode se agravar caso a ajuda externa seja cortada.

O alerta foi feito nesta segunda-feira pelo "Bons Amigos", um grupo budista de assistência, sediado na Coréia do Sul. A estimativa quanto às vítimas da fome foi feita com base na entrevista de 2.700 refugiados norte-coreanos que vivem na China.

"As mortes em massa na Coréia do Norte pararam, mas a desnutrição prossegue em níveis perigosos", declarou o reverendo Pumnyum, chefe do grupo privado, em entrevista coletiva.

"As colheitas deste ano deverão ser melhores do que as anteriores, o que, somado à ajuda externa, deverá ajudar a amenizar consideravelmente a falta de alimentos", acrescentou.

Um relatório elaborado no ano passado pelo Congresso dos Estados Unidos calculou que cerca de dois milhões de norte-coreanos já haviam morrido de fome. É muito mais do que os 220.000 casos de mortes relacionados à fome relatados pelo Governo da Coréia do Norte em 1998 e os 270.000 informados na semana passada pela Coréia do Sul.

Segundo o "Bons Amigos", a pesquisa com os refugiados norte-coreanos na China, realizada entre novembro passado e abril deste ano, mostrou que a fome está cedendo consideravelmente a cada ano. Depois de matar 800.000 pessoas em 1998, a escassez de alimentos, de acordo com Pumnyum, roubará 200.000 vidas este ano.

"A situação na Coréia do Norte está melhorando. Um exemplo é a luz elétrica, que agora chega a casas mais pobres até nas cidades mais remotas da fronteira", disse Pumnyum.

A indústria agrícola norte-coreana entrou em colapso após décadas de mau gerenciamento, o que foi agravado pelas secas e enchentes dos últimos anos. Desde 1995, o país recebeu cerca de 1 bilhão de dólares em alimentos doados por outros países e organizações internacionais.

Um estudo do Programa Mundial de Alimentos, do UNICEF e da União Européia apontou que, devido à falta de alimentos, 62 por cento das crianças norte-coreanas com menos de sete anos sofrem de distúrbios do crescimento.

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